Morcego-vampiro | ||||||||||||
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Desmodus rotundus
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bug bichos
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Morcego-vampiro
Crocodilo
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Crocodilo-do-nilo
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A Wikispecies tem informações sobre: Crocodilo
Os crocodilos vivem nas Américas, África, Ásia e Austrália. Os crocodilos habitam geralmente as margens de rios, enquanto os da Austrália e ilhas do Pacífico também frequentam o mar. O único predador natural do crocodilo é o tigre que raramente alimenta-se dele em determinadas áreas da Ásia.
O maior réptil hoje na face da terra é o crocodilo-de-água-salgada encontrado no norte da Austrália e ilhas do sudeste da Ásia.
Os crocodilos, depois das aves, são os parentes mais próximos dos dinossauros atualmente. Tanto dinossauros quanto crocodilos evoluíram dos tecodontes, assim como as aves evoluíram dos dinossauros. Isso faz com que os crocodilos sejam mais aparentados com as aves do que com todos os outros répteis atuais. Surgiram a 248 milhões de anos aproximadamente, tendo convivido com dinossauros. Apesar de não terem a mesma mobilidade que seus antepassados, já foram registradas crocodilos que podem correr nas margens de rios a uma velocidade de até 16 km/h.
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Origem do nome
Na Europa medieval, o crocodilo era um animal pouco menos que mitológico, conhecido apenas pelas referências de gregos e latinos que o haviam visto no Egito. Os romanos o chamaram crocodilus, palavra que tomaram do grego krokodeilos. Em textos de língua ibérica, a palavra aparece registrada pela primeira vez em 1251, como cocodrillus.Os gregos cunharam esse nome tomando-lhe de kroké (pedra) e drilos (gusano, verme) depois de haver observado os crocodilos sobre bancos de areia e na margem dos rios desfrutando do calor do sol, imóveis como pedras.
Desde a antiguidade clássica, difundiu-se o mito de que o crocodilo emite um som semelhante a um soluço humano, quando atraem as pessoas até sua caverna. E depois de devorá-las, deixa cair amargas lágrimas, talvez de compaixão pelo triste destino de suas vítimas. Esta é a origem da expressão "derramar lágrimas de crocodilo", usada para referir-se a quem chora para fingir um sentimento que não é verdadeiro. De acordo com o professor Ari Riboldi, em seu livro O Bode Expiatório, a origem da expressão é biológica. Mas não tem a ver com fingimento.
Quando o crocodilo está digerindo um animal, a passagem deste pode pressionar com força o céu da boca do réptil, o que comprime suas glândulas lacrimais. Assim, enquanto ele devora a vítima, caem lágrimas de seus olhos.
São lágrimas naturais mas obviamente não significam que o animal se emocione ou sinta pena da sua presa. Daí vem a expressão "lágrimas de crocodilo", querendo dizer que, embora a pessoa chore, suas lágrimas não significam que ela esteja sofrendo, e muitas vezes são mesmo apenas um fingimento.
A mordida do crocodilo
A principal arma do crocodilo é sua poderosa mandíbula recheada de dentes (podem chegar a 80). Segundo estudos de Gregory Erickson e Kent Vliet, da Universidade Estadual da Flórida, e de Brady Barr, do canal National Geographic, uma bocada de um destes animais pode chegar à incrível marca de 15 toneladas. Para se ter uma ideia da força da mordida, seria o mesmo que colocar um objeto de uma tonelada sobre o seu braço com algo afiado entre a pele e o objeto.Essa impressionante explosão de energia pode perfurar o casco de tartarugas, uma das presas favoritas dos crocodilos. Apesar de ter muitos dentes este réptil não mastiga seu alimento. Seus dentes não são alinhados adequadamente para a mastigação. Assim ele arranca pedaços das vítimas girando o corpo e rasgando a pele do outro animal. Com a carne na boca ele apenas engole ossos, pêlos e cascos inteiros.
Outro fator que impede que o crocodilo mastigue seu alimento é que o músculo que abre a boca é bem mais fraco do que o músculo que a fecha. Essa composição favorece mordidas rápidas e enérgicas. Por isso é comum observar pesquisadores lidando com animais enormes controlados com somente uma fita adesiva enrolada na boca. Quando não está servindo aos interesses de cientistas, o crocodilo pode abrir sua boca em um ângulo superior a 75º. Isso auxilia tanto na obtenção de calor em seus “banhos de Sol” quanto na maior facilidade em abocanhar animais de grande porte, como zebras,búfalos, gnus e até elefantes.[1][2][3][4][5]
Digestão poderosa
Como esse réptil engole suas presas em pedaços, às vezes até membros inteiros, sua digestão tem de ser extremamente eficaz e rápida. Por muito tempo os cientistas não entendiam como o crocodilo e os jacarés conseguiam destruir esse alimento em seu estômago, proporcionalmente pequeno para um animal de centenas de quilos. Durante uma autópsia, liderada pelo evolucionista Richard Dawkins, exibida semanalmente no canal pago "National Geographic Channel", descobriu-se que há uma artéria a mais no coração destes animais.A veia passa por trás do músculo cardíaco e chega ao estômago. Assim, com essa estrutura incomum, o aparelho digestivo do crocodilo recebe mais irrigação sanguínea e consegue produzir muito mais suco gástrico para triturar a pesada alimentação do bicho.
Taxonomia
- Ordem Crocodylia
- Família Crocodylidae
- Crocodilo-americano, Crocodylus acutus
- Crocodilo-de-focinho-delgado, Crocodylus cataphractus
- Crocodilo-do-orinoco, Crocodylus intermedius
- Crocodilo-de-água-doce, Crocodylus johnstoni
- Crocodilo-filipino, Crocodylus mindorensis
- Crocodilo-de-morelet, Crocodylus moreletii
- Crocodilo-do-nilo, Crocodylus niloticus
- Crocodilo-da-nova-guiné, Crocodylus novaeguineae
- Crocodilo-persa Crocodylus palustris
- Crocodilo-de-água-salgada, Crocodylus porosus
- Crocodilo-cubano, Crocodylus rhombifer
- Crocodilo-siamês, Crocodylus siamensis
- Crocodilo-anão, Osteolaemus tetraspis
- Gavial-falso, Tomistoma schlegelii
- Família Alligatoridae: aligatores e jacarés
- Família Gavialidae: Gavial
- Família Crocodylidae
Escorpião
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Escorpião das florestas da Ásia (heterometrus laoticus)
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Classificação científica | ||||||||||
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Akravidae Bothriuridae Buthidae Caraboctonidae Chactidae Chaerilidae Euscorpiidae Hemiscorpiidae Iuridae Microcharmidae Pseudochactidae Scorpionidae Superstitioniidae Vaejovidae |
O escorpião, também conhecido por lacrau ou alacrau, é um animal invertebrado artrópode (com patas formadas por vários segmentos) que pertence à ordem Scorpiones estando enquadrado na classe dos aracnídeos .
Scorpiones é a ordem de artrópodes arácnidos terrestres que reúne cerca de 2.000 espécies de escorpiões que apresentam comprimento de 10 a 12 cm, corpo alongado e quelíceras com três artículos. São animais geralmente discretos e noturnos, escondendo-se durante o dia sob troncos e cascas de árvores.
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Etimologia e origens
O nome escorpião é derivado do latim scorpio/scorpionis. Lacrau vem do árabe al-'aqrab.Existem registros científicos da existência dos escorpiões há mais de 400 milhões de anos. Segundo pesquisas, foram eles os primeiros artrópodes a conquistar o ambiente terrestre. Nesta adaptação, lhes foi muito útil a carapaça de quitina que compõe o seu exoesqueleto e que evita a evaporação excessiva.
Atualmente já estão catalogadas cerca de 1600 espécies e subespécies distribuídas em 116 gêneros diferentes em todo o mundo. No Brasil existem cerca de 140 espécies.
Existem escorpiões em todos os continentes, exceto na Antártida e Nova Zelândia (pois é sabidamente conhecido o fato da Nova Zelândia ser um continente). Encontramos espécies nos Alpes suíços e Europa em geral, no México, Estados Unidos e Canadá, na América do Sul em geral, entre lixo e entulhos das pequenas e grandes cidades, na Floresta Amazônica (Brasil), na Oceania, no norte do Mediterrâneo, no Oriente Médio, na Índia, no norte e sul da África e Ásia. Suas cores variam do amarelo palha ao negro total, passando por tons intermediários, como o amarelo-avermelhado, vermelho-amarronzado, marrom e tons de verde ou mesmo de azul.
Vida, alimentação e hábitos
As diferentes espécies de escorpiões têm tempos de vida muito diferentes e o tempo de vida real da maioria das espécies não é conhecido. A gama do tempo de vida parece situar-se entre os 4 a 25 anos, tendo sido 25 anos o tempo de vida máximo registado para a espécie H. arizonensis.Preferem viver em áreas com uma temperatura entre 20 °C e 37 °C, mas sobrevivem em temperaturas de 14 °C a 56 °C. Perfeitamente adaptados às condições climatéricas do deserto, suportam uma amplitude térmica diária na ordem dos 40 °C.
São animais carnívoros e têm geralmente hábitos noturnos e crepusculares, quando caçam e se reproduzem. Sua alimentação é baseada em insetos invertebrados tais como cupins, grilos, baratas, moscas e mutucas, e também de outro aracnídeo, a aranha. Uma curiosidade a destacar é o fato de, quando da escassez completa de alimento, os animais desta espécie praticam o canibalismo para sobreviver, ou seja, devoram seus semelhantes. Os escorpiões conseguem comer quantidades imensas de alimento, mas conseguem sobreviver com 10% da comida de que necessitam, podendo passar até um ano sem comer e consumindo muitíssimo pouca água, quase nada durante sua vida inteira.
Os escorpiões têm uma forma de se alimentarem característica, usando as suas quelíceras. Estas são umas pequenas garras que saem da boca, muito afiadas, que são usadas para retirar pequenos pedaços de alimento da sua presa e colocá-los na boca. O escorpião só digere alimentos em forma líquida, rejeitando qualquer matéria sólida (pêlo, exoesqueleto, etc.). (Como ele consegue então, pegar alimentos com as quelíceras e colocar na boca para digestão de líquidos apenas???)
Os predadores naturais do escorpião são as lacraias, louva-deus, macacos, aranhas, sapos, lagartos, seriemas, corujas, gaviões, quatis, galinhas, camundongos, algumas formigas e os próprios escorpiões.
Reprodução
A reprodução da grande maioria das espécies é sexuada, exigindo a intervenção de machos e fêmeas. Porém, algumas espécies possuem reprodução monóica (também chamada partenogênese), ou seja, não exige a presença de machos. Neste processo, óvulos não fertilizados dão origem a embriões vivos. Na reprodução sexuada, tal como em outras espécies, há uma dança nupcial que antecede o acasalamento. O macho limpa o chão com os pentes e deposita aí uma cápsula contendo espermatozóides (espermatóforo). De seguida, arrasta a fêmea para cima dos espermatozóides a fim de que ela os receba.Os escorpiões são vivíparos, ou seja, não põem ovos. Podem gerar de 6 a 90 filhotes e o tempo de gestação varia com a temperatura, espécie e alimentação da mãe, podendo estar entre 2 meses e 2 anos. Os filhotes nascem completamente brancos e por meio de parto, através de uma fenda genital. Eles ficam colados ao dorso materno por cerca de 10 a 14 dias até completar-se a primeira muda (quanto mais jovem o escorpião, mais mudas ele fará) até que consigam obter seu próprio alimento sozinhos. A idade adulta é alcançada com cerca de um ano de vida.
Características físicas
O corpo dos escorpiões é dividido em prosomo (cefalotórax), mesossomo e metassomo.- O prosomo é a região anterior, onde se encontram os olhos, quelíceras, pedipalpos terminados em quelas (pinças) e pernas e os pentes.
- O mesossomo é a região larga do corpo, onde se encontra a cauda, ali se encontra uma estrutura cilíndrica com um espinho na ponta, chamada telson (o ferrão), duas glândulas de veneno e o ânus.
Os artrópodes possuem esqueleto externo (um exoesqueleto), uma estrutura dura, quitinosa, que reveste seu corpo. Os aracnídeos são artrópodes sem antenas, com quatro pares de patas torácicas e um par de palpos. Respiram por meio de filotraqueias, pulmões foliares, como páginas de um livro. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdômen.
Os escorpiões diferem dos outros aracnídeos por terem palpos compridos, além da característica cauda longa e perigosa. Os palpos funcionam como pinças grandes e poderosas, que podem ser usadas para segurar e dominar suas presas. São muito sensíveis ao tato e ao deslocamento do ar, devido à presença de cerdas muito longas e finas.Os escorpiões também podem possuir maior número de olhos que outros aracnídeos, algumas espécies chegando a possuir até seis pares, embora não seja comum.
O corpo do escorpião é constituído por uma parte mais volumosa, o tronco, e por outra mais longa e estreita, chamada "cauda". A carapaça que constitui o tronco sem apresentar segmentação é chamada prossoma e engloba o cefalotórax, que não apresenta uma cabeça distinta. A parte que constitui o abdômen é o opistossoma e é bastante segmentada, chegando a apresentar doze segmentos. O opistossoma divide-se em mesossoma, porção abdominal que faz parte do tronco, e metassoma, porção formada pelos cinco segmentos posteriores. Estes constituem a cauda, juntamente com o telso, o último anel. A cauda termina como um aguilhão e é através deste ferrão que o escorpião inocula sua peçonha. No cefalotórax localizam-se os dois olhos medianos, na saliência cômoro ocular, e os olhos laterais, de cada lado da carapaça.
Veneno e toxicidade
O ferrão do escorpião (chamado de telson), além de servir para agarrar a presa, defender-se, e no acasalamento, inocula na presa um veneno. Este veneno contém uma série de substâncias cuja composição química não está bem definida, porém contém neurotoxinas, histaminas, serotonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outras. Parece, segundo os pesquisadores, que as neurotoxinas agem sobre as células nervosas da presa, com uma certa especificidade, dependendo do tipo de animal.É interessante saber que a toxicidade do veneno de um escorpião pode ser comparada com o tamanho de seus pedipalpos (o equivalente ao braço humano do escorpião); quanto mais robustos os pedipalpos, menos o escorpião utiliza-se do veneno para com suas presas e quanto menores eles forem, mas o veneno do escorpião pode ser letal às suas presas.
O veneno de escorpiões do tipo Tityus serrulatus, que parece ser o veneno mais tóxico de todos os escorpiões da América do Sul, age sobre o sistema nervoso periférico dos humanos, causando dor, pontadas, aumentando a pulsação cardíaca e diminuindo a temperatura corporal. Estes sintomas, devido ao seu peso corporal, são mais acentuados em crianças, e devido às condições físicas, aos idosos. Todos os escorpiões são venenosos, porém apenas 25 espécies podem ser mortais aos humanos. Sua ferroada assemelha-se em grau de toxicidade da ferroada de uma abelha.
O tratamento consiste na aplicação local da ferroada de um anestésico (lidocaína a 2%) e soro antiescorpiônico (obtido de escorpiões vivos). O tratamento deve ser hospitalar, de preferência com a apresentação do escorpião para facilitar o diagnóstico e o tratamento.
Prevenção de acidentes
Os escorpiões só atacam o homem quando se sentem acuados e em circunstância de defesa. Para que um acidente com escorpiões não ocorra, devem-se tomar algumas medidas básicas de prevenção. Veja a seguir:- Sacuda e examine calçados e roupas antes de usar;
- Mantenha limpos os locais próximos a residências evitando acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção;
- Mantenha o habitat familiar livre de baratas, que são reconhecidas como um dos principais alimentos dos escorpiões nos centros urbanos.
- Não coloque mãos e pés dentro de buracos, montes de pedras ou lenhas;
- Use sempre calçados e luvas nas atividades rurais ou de jardinagem;
- Use telas e vedantes em portas e janelas;
- Use ralos protetores;
- Crie aves domésticas em zonas rurais, que agem como predadores naturais;
- Em áreas sabidamente escorpiônicas, mantenha as camas a uma distância mínima de 10 cm das paredes.
E se houver um acidente?
Advertência: A Wikipédia não é consultório médico nem farmácia. Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde. As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento. |
Se ainda assim um acidente com escorpiões ocorrer, primeiro deve-se evitar o pânico, lavar o local com água e sabão, aplicar compressas de água fria (para causar vasoconstricção e diminuir a profusão do veneno) e procurar um médico.
O ser humano, após ser picado, pode ter hipotermia ou hipertermia, sudorese profunda, visão embaçada, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, arritmias cardíacas, choque, taquipnéia, edema pulmonar agudo, agitação, sonolência, confusões mentais e tremores, além de inchaço e vermelhidão no local da picada.
Saliente-se que a toxicidade do veneno depende de diversos fatores, tais como a espécie do escorpião (de 1600 espécies catalogadas apenas 25 são venenosas ao homem); a quantidade de peçonha (veneno) injetada; o tamanho e o estado físico da vítima.
Atenção especial para crianças e idosos: enquanto as crianças têm mais chances de envenenamento porque possuem menor massa corporal, os idosos também caem nesta situação já pelo estado natural da velhice. Já foram constatados casos de pessoas alérgicas ao veneno do escorpião, nestes casos o veneno age muito rápido, podendo levar a vítima à morte em pouco tempo.
É recomendável a captura do escorpião para que seja identificado mais rapidamente qual o antídoto a ser aplicado. Se a vítima estiver no Brasil, pode fazer uma ligação gratuita para 0800 780 200 (RS) ou (11) 3726-7962 (SP), órgão que possui uma equipe especializada para fazer a identificação destes animais e indicar o socorro mais adequado para a situação.
Anura
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Classificação científica | ||||||||
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Distribuição original dos anuros
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A maioria dos anuros são caracterizados por longas patas posteriores, corpo curto, membranas interdigitais (nos dedos das mãos ou dos pés), olhos protuberantes e a ausência de cauda. A maioria das rãs tem um estilo de vida semi-aquático, mas move-se facilmente em terra saltando ou escalando. Tipicamente, depositam os seus ovos em poças de água, charcos ou lagos, e as suas larvas, chamadas de girinos, têm guelras e desenvolvem-se na água. Rãs adultas seguem uma dieta carnívora, constituída principalmente de artrópodes, anelídeos e gastrópodes. Os anuros são reconhecíveis pelo seu chamamento (coaxo), que pode ser ouvido durante a noite ou dia, principalmente durante a sua época de reprodução e/ou em dias com alta umidade.
A distribuição de anuros vai desde os trópicos até regiões subárcticas, mas a maioria das espécies pode ser encontrado em florestas tropicais. Consistindo em mais de 6 000 espécies descritas, estão entre os grupos de vertebrados mais diversos. Contudo, populações de certas espécies de rãs estão em declínio significativo.
É feita por vezes uma distinção entre rãs e sapos baseando-se na sua aparência, provocada por evolução convergente entre os chamados sapos a ambientes secos no entanto, a distinção não tem base taxonómica. A única família com o nome exclusivamente de "sapo" é a Bufonidae, mas muitas outras espécies de outras famílias são chamados também de "sapos", e espécies do género de sapos Atelopus são conhecidas com rã-arlequim.
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Taxonomia
Ver artigo principal: Lista de famílias de anuros

Sapo-de-barriga-de-fogo-europeu (Bombina bombina)
Sapos e rãs são classificados basicamente em três subordens: Archaeobatrachia, que inclui quatro famílias de rãs primitivas; Mesobatrachia, que incluem cinco famílias de rãs evolutivamente mais intermédias; e Neobatrachia, de longe o maior grupo, que contém as restantes 24 famílias de rãs "modernas", incluindo as espécies mais comuns de todo o mundo. Neobatrachia é depois dividida em Hyloidea e Ranoidea.[4] Esta classificação é baseada em características morfológicas tais como o número de vértebras, a estrutura da cintura escapular, e a morfologia dos girinos. Enquanto que esta classificação é amplamente aceite, relações entre famílias de rãs ainda são debatidas. Estudos futuros de genética molecular irão brevemente melhor elucidar as relações evolutivas entre as famílias de anuros.[5]
Algumas espécies de anuros hibridizam prontamente. Por exemplo, a Rana esculenta é um híbrido entre R. lessonae e R. ridibunda.[6] Bombina bombina e Bombina variegata da mesma forma também formam híbridos, embora estes sejam menos férteis, dando origem a uma zona híbrida.[7]
Morfologia e fisiologia

Esqueleto de Rana
Algumas características não são partilhadas por todos os cerca de 6 000 espécies descritas de rãs. Contudo, algumas características gerais distinguem-nas de outros anfíbios. As rãs são normalmente bem equipadas para saltar, com longas patas posteriores e ossos do calcanhar alongados. Têm uma coluna vertebral curta, com menos do que dez vértebras livres, seguidos por ossos da cauda fundidos (urostilo ou cóccix), tipicamente resultando num fenótipo sem cauda.[10]
O tamanho das rãs vai desde os 10 mm (Brachycephalus didactylus do Brasil e Eleutherodactylus iberia de Cuba)[11][12] até aos 300 (Conraua goliath, dos Camarões)[13]. A pele está pendurada solta no corpo devido à falta de tecido conjuntivo laxo. A textura da pele varia: pode ser suave, rugosa ou aos folhos. As rãs possuem três pálpebras: uma é transparente para proteger os olhos debaixo de água, e duas variam de translúcidas a opacas. As rãs possuem um tímpano em cada lado da cabeça, que está envolvido na audição e, em algumas espécies, está coberta de pele. A maioria das rãs têm de facto dentes de algum tipo. Estes formam uma cumeeira de pequenos dentes cónicos à volta da beira da mandíbula, e são chamados dentes maxilares. Podem também ter o que são chamados dentes vomerianos no céu da boca. Não têm nada que se possa denominar dentes na mandíbula inferior, por isso usualmente engolem a sua comida inteira. Os supostos "dentes" são usados principalmente para segurar as presas e mantê-las no sítio até conseguirem agarrá-las bem e empurrá-las para baixo com as suas órbitas oculares.[14]
Pés e pernas

Litoria tyleri ilustrando as ventosas grandes nos dedos e membrana interdigital.
Muitas rãs, especialmente as que vivem na água, têm dedos ligados por membranas. O grau a que os dedos dos pés estão ligados é directamente proporcional à quantidade de tempo que a espécie vive na água. Por exemplo, a espécie completamente aquática Hymenochirus sp. tem dedos totalmente ligados pela membrana, enquanto que os dedos dos pés da rã-arborícola-de-white (Litoria caerulea), uma espécie arbórea, tem membrana apenas até a um quarto ou metade do dedo.[15]
Rãs-arborícolas têm "ventosas" para ajudar a agarrar superfícies verticais. Estas ventosas, localizadas na ponta dos dedos, não funcionam por sucção. Ao invés disso, a superfície das ventosas consiste de células interligadas, com um pequeno espaço entre células adjacentes. Quando a rã aplica pressão sobre os dedos das patas anteriores, as células interligadas agarram irregularidades no substrato. As pequenas aberturas entre as células escoam toda a humidade da ventosa exceptuando uma pequena camada, e mantêm-se agarradas por capilaridade. Isto permite que as rãs se agarrem a superfícies lisas, e não funciona quando as ventosas estão demasiado molhadas.[16]
Em muitas rãs-arborícolas, uma "estrutura intercalar" pequena em cada dedo do pé aumenta a área da superfície que toca no substrato. Além disso, uma vez que saltar em árvores pode ser perigoso, muitas rãs arborícolas tem ancas que permitem tanto saltar como andar. Algumas rãs que vivem alto nas árvores possuem membranas interdigitais entre os dedos das patas traseiras até certo grau, tal como as rãs aquáticas. Nestas rãs arbóreas, as membranas permitem que as rãs planem de uma posição na canópia até outra.[17]
Rãs terrestres geralmente não têm as adaptações das rãs aquáticas e arborícolas. A maioria tem tubérculos menores, e membranas pequenas ou ausentes. Algumas rãs subterrâneas tem uma extensão no dedo do pé — um tubérculo do metatarso — que os ajudam a escavar. As patas posteriores das espécies terrestres são mais musculadas que as de espécies aquáticas ou arbóreas.[18]
Por vezes, durante o estádio de girino, uma das patas traseiras do animal é comido por uma larva de libelinha. Em alguns destes casos, a perna inteira cresce de qualquer modo, enquanto que em outros casos, isso não acontece, apesar da rã conseguir viver o seu tempo de vida normal com apenas três pernas. Em outras ocasiões, um verme chamado Ribeiroia penetra num girino, onde rearranja a células precursoras dos membros, o que causa por vezes o surgimento de pernas extras.[19]
Saltos 
As rãs são normalmente reconhecidas como saltadores excepcionais, e o melhor saltador de todos os vertebrados. A rã australiana Litoria nasuta pode saltar 50 vezes o comprimento do seu corpo (5.5 cm), resultando em saltos de mais de dois metros. A aceleração do salto pode ir até duas vezes a força da gravidade. Há diferenças brutais entre espécies em termos de capacidade de saltar, mas dentro de uma espécie, a distância dos saltos aumenta proporcionalmente ao aumento de tamanho do corpo, mas a distância relativa do salto (quantas vezes o salto ultrapassa o comprimento do corpo) diminui.[20]Enquanto que as espécies de rãs podem usar uma variedade de modos de locomoção (correr, andar, planar, natação e trepar), a maioria ou é proficiente a saltar ou descende de ancestrais que eram, com muita da morfologia dos músculos e esqueleto modificada para este propósito. A tíbia, fíbula e tarso fundiram-se num osso forte e único, tal como o rádio e cúbito nos membros anteriores (que têm que absorver o impacto da aterragem). Os ossos do metatarso tornaram-se alongados para aumentar o tamanho da perna e permitem que a rã empurre o chão durante mais tempo durante um salto. O ílio foi alongado e forma uma articulação móvel com o sacro que, em saltadores especialistas como os ranídeos ou hilídeos, funciona como uma articulação adicional para dar mais força aos saltos. Este alongamento dos membros resultam na rã ser capaz de exercer força no chão durante mais tempo durante um salto, o que por sua ver resulta num salto maior e mais rápido.[21]
O sistema muscular foi também modificado da mesma forma. Os membros posteriores dos ancestrais das rãs continham pares de músculos que actuavam em oposição (um músculo para flectir o joelho, um músculo diferente para o estender), tal como é visto na maioria dos outros animais com pernas. Contudo, nas rãs modernas, quase todos os músculos foram modificados para contribuir para a acção do salto, com apenas um pequeno número de músculos permanecendo para levar o membro de volta para a posição inicial e manter a postura. Os músculos também foram aumentados, com os músculos envolvidos no salto contabilizando mais de 17% da massa total da rã.[21][22]
Em alguns saltadores extremamente capazes, tais como a Osteopilus septentrionalis, o pico da potência exercida durante um salto pode exceder o que um músculo é capaz de produzir. Actualmente, a hipótese mais aceite é que as rãs estão a guardar energia muscular esticando os tendões como molas, e depois libertando-os todos de uma vez, permitindo que a rã aumente a energia do seu salto além dos limites da aceleração produzida pelos músculos.[23] Um mecanismos similar foi já documentado em gafanhotos.[24]
Pele

Assa darlingtoni camuflado sobre folhas mortas.
O recurso a camuflagem é um mecanismo de defesa comum entre as rãs. A maioria das rãs camufladas são nocturnas, o que soma à sua capacidade de se esconderem. Rãs nocturnas normalmente encontram a posição ideal para se camuflares durante o dia para dormirem. Algumas rãs têm a capacidade de mudar de cor, mas isto é normalmente restringido a tons de uma ou duas cores. Por exemplo, a rã-arborícola-de-white varia em tons de verde e castanho. Características tais como verrugas e dobras de pele são usualmente encontradas em rãs terrestres, onde uma pele lisa não os conseguiria disfarçar efectivamente.[25][26]
Algumas rãs mudam de cor entre a noite e o dia, pois a luz e humidade estimulam as células pigmentares e causam a sua expansão e contracção.[25]
Veneno
Muitas rãs possuem toxinas fracas que as tornam desagradáveis ao paladar de predadores potenciais. Por exemplo, todos os sapos possuem glândulas de veneno grandes — as glândulas parotóides — localizadas atrás dos olhos no topo da cabeça. Algumas rãs, tais como os membros da família Dendrobatidae, são especialmente tóxicos. A constituição química das toxinas das rãs variam de irritantes a alucinogénicos, convulsivos, neurotoxinas, e vasoconstritores. Muitos predadores de rãs adaptaram-se para tolerar níveis elevados destes venenos. Outros, incluindo humanos, podem ser severamente afectados.[27]Outras rãs obtêm veneno das formigas e outros artrópodes que comem;[28] outros, tais como Pseudophryne corroboree e Pseudophryne pengilleyi, podem produzir um alcalóide não derivado da sua dieta.[29] Alguns povos nativos da América do Sul extraem veneno dos dendrobatídeos e aplicam-nos aos seus dardos para caçar,[30] apesar de poucas espécies serem suficientemente tóxicas para este objective. Anteriormente era erroneamente pensado que o veneno era colocado em setas e não em dardos. As rãs venenosas tendem a anunciar a sua toxicidade com cores vivas, uma estratégia adaptativa conhecida por aposematismo. Há pelo menos duas espécies de rãs não-venenosas da América tropical (Eleutherodactylus gaigeae e Lithodytes lineatus) que mimetizam a coloração dos dendrobatídeos para proteção (mimetismo batesiano).[31][32]
Como as toxinas de rãs são extraordinariamente diversas, elas atraíram a atenção de bioquímicos como uma "farmácia natural". O alcalóide epibatidina, um analgésico 200 vezes mais potente que a morfina, é encontrado em algumas espécies de dendrobatídeos. Outros químicos isolados da pele de rãs podem oferecer resistência à infecção pelo VIH.[33] Venenos colocados em setas e dardos estão a ser investigados pelo seu potencial terapêutico.[34]
As secreções cutâneas de alguns sapos, como o Bufo alvarius e o sapo-cururu, possuem bufotoxinas, sendo que algumas, como a bufotenina, são psicoactivas, e têm por isso sido usadas como drogas recreativas. Tipicamente, as secreções da pele são secadas e fumadas. Lamber a pele de sapos é especialmente perigoso, e parece constituir um mito urbano.[35]
Respiração e circulação
A pele de uma rã é permeável ao oxigénio e dióxido de carbono, bem como à água. Há um número de vasos sanguíneos perto da superfície da pele. Quando uma rã é subaquática, o oxigénio é transmitido através da pele, directamente na corrente sanguínea. Em terra, os sapos adultos usam os seus pulmões para respirar. Os seus pulmões são semelhantes aos dos seres humanos, mas os músculos peitorais não estão envolvidos na respiração, e não há costelas ou diafragma para suporte respiratório. Rãs respiram tomando ar pelas narinas (que muitas vezes têm válvulas que se fecham quando o sapo está submerso), fazendo com que a garganta sopre para fora, em seguida, comprimindo o chão da boca, o que força o ar para os pulmões. Em agosto de 2007, uma rã aquática chamada Barbourula kalimantanensis foi descoberta em uma parte remota da Indonésia. O B. kalimantanensis é a primeira espécie de anfíbio conhecido pela ciência sem pulmões.[carece de fontes?]As rãs são conhecidas pelo seu coração com três câmaras, que partilham com todos os tetrápodess, excepto pássaros e mamíferos. No coração de três câmaras, o sangue oxigenado dos pulmões e desoxigenado pelos tecido após a respiração entram por uma aurícula separada, e são dirigidas por uma válvula em espiral para o canal adequado - aorta para o sangue oxigenado e artéria pulmonar para o sangue venoso. Esta estrutura especial é essencial para impedir ao máximo a mistura dos dois tipos de sangue, que permite que as rãs tenham taxas metabólicas mais elevadas, e para ser mais activo do que se não a tivesse.[carece de fontes?]
Algumas espécies de anfíbio tem adaptações notáveis que lhes permitem sobreviver em águas com pouco oxigénio. O Telmatobius culeus é uma dessas espécies e, para sobreviver em águas pouco oxigenadas do Lago Titicaca tem a pele incrivelmente enrugada que aumenta a sua área de superfície que por sua vez melhora a troca gasosa. Este sapo também vai fazer 'flexões' no leito do lago para aumentar o fluxo de água ao redor de seu corpo.[36]
Digestão e excreção
O sistema digestivo da rã começa com a boca. Sapos têm dentes ao longo da sua mandíbula superior chamados dentes superiores, utilizados para moer os alimentos antes de engolir. Estes dentes são muito fracos, e não podem ser usado para capturar ou ferir presas ágeis. Em vez disso, a rã usa a sua língua pegajosa para apanhar alimentos (como moscas e outros insectos). O alimento move-se através do esófago até ao estômago. A comida depois passa para o intestino delgado (duodeno e íleo), onde ocorre a maior parte da digestão. As rãs transportam o suco pancreático do pâncreas e bílis (produzida pelo fígado) através da vesícula biliar do fígado para o intestino delgado, onde os fluidos digerem os alimentos e extraem os nutrientes. Quando o alimento passa para o intestino grosso, a água é reabsorvida e os resíduos são encaminhados para a cloaca. Todos os resíduos saem do corpo através da cloaca. A excreção é uricotélica na maioria dos anuros.[37]Sistema nervoso
O sapo tem um sistema nervoso altamente desenvolvido, que consiste em um cérebro, medula espinhal e nervos. Muitas partes do cérebro da rã correspondem às presentes nos seres humanos. O bulbo regula a respiração, a digestão, e outras funções automáticas. Coordenação muscular e postura são controladas pelo cerebelo. O tamanho relativo do cérebro de uma rã é muito menor do que a de um ser humano. As rãs têm dez nervos cranianos (nervos que passam as informações a partir do exterior directamente para o cérebro) e dez pares de nervos espinhais (nervos que passam informações de extremidades para o cérebro através da medula espinhal). Em contrapartida, todos os amniotas (mamíferos, aves e répteis) têm doze nervos cranianos. As rãs não têm orelhas externas, os tímpanos estão directamente expostos. Como em todos os animais, o ouvido contém canais semicirculares, que ajudam a equilibrar o controle e orientação.[carece de fontes?]História Natural
O ciclo de vida das rãs, como a de outros anfíbios, é composta por quatro etapas principais: ovo, girino, metamorfose e adultos. A dependência de rãs por um ambiente aquático para as fases de ovo e girino dá origem a uma variedade de comportamentos reprodutores que incluem os bem conhecidos chamamentos de acasalamento usados pelos machos da maioria das espécies para atrair as fêmeas para os corpos de água que eles escolheram para reprodução. Algumas rãs também cuidam dos seus ovos e, em alguns casos, até mesmo os girinos, durante algum tempo após a postura. No caso dos sapos-parteiros são os machos que cuidam dos ovos depois da postura, carregando-os nas costas.[38]Ciclo de vida

Girino de Paracrinia haswelli.
Os ovos eclodem e continuam a vida como girinos, que tipicamente têm corpos ovais e caudas longas e achatadas verticalmente. Pelo menos uma espécie (Nannophrys ceylonensis) tem girinos que são semi-terrestre e vivem entre pedras molhadas,[40][41] mas por regra, as larvas são totalmente aquáticas. Elas não têm pulmões, pálpebras, pernas dianteiras e traseiras, e têm um esqueleto cartilaginoso, um sistema da linha lateral, brânquias para a respiração (brânquias externas ao princípio, brânquias internas mais tarde) e caudas com dobras da pele dorsais e ventrais para a natação.[42] Algumas espécies que passam por metamorfose no interior do ovo e eclodem como pequenas rãs nunca desenvolvem guelras, mas sim áreas especializadas da pele que toma conta da respiração. Os girinos também não têm dentes verdadeiros, mas as mandíbulas na maioria das espécies normalmente têm duas fileiras alongadas e paralelas de pequenas estruturas queratinizadas chamados dentes vomerianos na mandíbula superior, enquanto a mandíbula inferior tem três fileiras destas estruturas, rodeadas por um bico cornudo, mas o número de linhas pode ser menor ou ausente, ou muito maior .[43] Os girinos são tipicamente herbívoro, alimentando-se principalmente de algas, incluindo diatomácea s filtradas da água através das guelras. Algumas espécies são carnívoras na fase de girino, comendo insectos, girinos mais pequenos e peixes. Também já foi observado canibalismo entre os girinos. Larvas que se desenvolvem mais cedo e ganham pernas podem ser comidos por outros, de modo que larvas com desenvolvimento tardio sobrevivem por mais tempo. Isso foi observado na Inglaterra, na espécie Rana temporaria (sapo comum).[44]
Os girinos são altamente vulneráveis à predação por peixes, tritões, besouros mergulhadores e aves como o guarda-rios. Girinos venenosos estão presentes em muitas espécies, como o cururu. A fase de girino pode ser tão curto quanto uma semana, ou os girinos podem hibernar e metamorfosear no ano seguinte em algumas espécies, como o sapo-parteiro (Alytes obstetricans) e Pelobates fuscus . Nos Pipidae, com a excepção de Hymenochirus, os girinos têm barbos anteriores emparelhados que fazem com que se pareçam pequenos peixe-gato.[45]

Rã-leopardo adulta.
No final da fase de girino, as rãs sofrem metamorfose, em que transitam para a forma adulta. Metamorfose envolve uma transformação dramática da morfologia e fisiologia, à medida que os girinos desenvolvem membros posteriores, depois membros anteriores, perdem as guelras e desenvolvem pulmões. Os seus intestinos encurtam enquanto mudam de uma dieta herbívora para uma carnívora. Os olhos migram rostral e dorsalmente, permitindo a visão binocular que as rãs adultas exibem. Esta mudança na posição dos olhos espelha a mudança de presa para o predador, à medida que o girino desenvolve e depende menos de um campo de visão maior e mais largo e mais da percepção de profundidade. O estágio final de desenvolvimento de juvenil para rã adulta envolve apoptose (morte celular programada) e reabsorção da cauda.[carece de fontes?]
Após a metamorfose, os jovens adultos podem sair da água e dispersar em habitats terrestres, ou continuar a viver no habitat aquático como adultos. Quase todas as espécies de rãs são carnívoras como adultos, comendo invertebrados, como artrópodes, anelídeos e gastrópodes. Algumas das espécies maiores podem comer presas tais como pequenos mamíferos, peixes e rãs menores. Algumas rãs usam a língua pegajosa para capturar presas em movimento rápido, enquanto outros capturam as suas presas e forçam-nas para a sua boca com as mãos. No entanto, existem umas poucas espécies de sapos que comem principalmente plantas.[46] Rãs adultas são por sua vez predadas por pássaros, peixes grandes, cobras, lontras, raposas, texugos, quatis e outros animais. As rãs também são consumidos por pessoas (ver secção sobre uso na agricultura e na investigação abaixo).[carece de fontes?]
As rãs e sapos podem viver por muitos anos, embora pouco se sabe sobre sua vida na selva, registos de rãs e sapos em cativeiro indicam longevidades até 40 anos.[47]
Reprodução de rãs
Assim que as rãs adultas atingem a maturidade, reúnem-se em fontes de água, como um charco ou riacho para se reproduzir. Muitas rãs retornam onde nasceram, muitas vezes resultando em migrações anuais envolvendo milhares de rãs. Na Europa continental, uma grande parte das rãs migradoras costumavam morrer ao atravéssar as estradas, antes de terem sido construídas cercas especiais e túneis para elas.[carece de fontes?]
Um sapo-comum masculino e feminino num amplexo. Os fios negros são ovos libertados para a água minutos depois do nascimento.
As rãs machos e fêmeas, em seguida, envolvem-se num amplexo. Isso consiste no macho montar a fêmea e segurando-a (às vezes com um tubérculo nupcial especial) com firmeza. A fecundação é externa: os ovos e esperma reúnem-se fora do corpo. A fêmea liberta os seus ovos, que o sapo macho cobre com uma solução de esperma. Os ovos, em seguida, incham e desenvolver um revestimento protector. Os ovos são geralmente castanhos ou pretos, com uma substância clara e gelatinosa como cobertura.[carece de fontes?]
A maioria das espécies de rãs de climas temperados reproduzem-se entre o fim do Outono e o princípio da Primavera. No Reino Unido, a maioria das populações de rã comuns produzem girinos em Fevereiro, embora haja grande variação nos tempos. A temperatura da água nesta época do ano é relativamente baixa, normalmente entre quatro e 10 graus Celsius. Reproduzindo-se nestas condições ajuda os girinos em desenvolvimento porque as concentrações de oxigénio dissolvido na água são mais elevadas em temperaturas frias. Mais importante, ao reproduzirem-se no início da temporada asseguram-se que a alimentação adequada está disponível para o desenvolvimento das rãs, no momento certo.[carece de fontes?]
Cuidado parental

Gravura a cores do livro de 1904 Kunstformen der Natur de Ernst Haeckel, retratando espécies de rãs que incluem dois exemplos de cuidado parental.
Chamamento
Alguns chamamentos das rãs são tão altos, que podem ser ouvidos a mais de um quilómetro de distância.[49] O chamamento de uma rã é exclusivo para a sua espécie. As rãs chamam fazendo passar ar através da laringe na garganta. Na maioria das rãs que chamam, o som é amplificado por um ou mais sacos vocais, membranas de pele debaixo da garganta ou no canto da boca que distendem durante a amplificação da chamada. O campo da neuroetologia estuda os circuitos neurais que subjazem à audição em rãs.[carece de fontes?]Algumas rãs não têm sacos vocais, tais como as dos géneros Heleioporus e Neobatrachus, mas estas espécies podem ainda produzir um chamamento alto. A sua cavidade bocal é alargada e em forma de cúpula, agindo como um câmara de ressonância que amplifica o seu chamamento. Espécies de rã sem sacos vocais e que não têm um chamamento forte tendem a habitar áreas perto de água corrente. O barulho da água que flui sobrepuja qualquer chamada, por isso eles devem se comunicar por outros meios. Rãs da espécie Atelopus franciscus apesar de não terem tímpanos ou sacos vocais emitem chamamentos específicos muito simples e conseguem discriminar o chamamento de interspecíficos a distãncias inferiores a 8 m.[50]
O principal motivo da convocação é permitir que os machos atraiam um parceiro. Os machos chamam individualmente ou em um grupo chamado um coro. As fêmeas de muitas espécies de rãs, por exemplo Polypedates leucomystax, produzem chamamentos recíprocos aos dos machos, que actuam como catalisador para a melhoria da actividade reprodutiva em uma colónia de reprodução.[51] Uma rã macho emite um chamamento de libertação quando montado por um outro macho. Espécies tropicais também têm um chamamento de chuva que eles fazem com base nas indicações de humidade anteriores a uma chuva. Muitas espécies têm também um chamamento territorial que é usado para afastar outros machos. Todas estas chamadas são emitidos com a boca da rã fechada.[52]
O chamamento de socorro, emitido por algumas rãs quando estão em perigo, é produzido com a boca aberta, resultando numa chamada mais aguda. A eficácia da chamada é desconhecida, mas suspeita-se que o chamamento intrigue o predador até que outro animal é atraído, distraindo-o o suficiente para a sua fuga.[53] Muitas espécies de anfíbio têm chamadas de profundidade, ou coaxo.
Distribuição e estado de conservação
O habitat das rãs estende-se por quase todo o mundo, com a excepção da Antárctida e não estão presentes em muitas ilhas oceânicas.[54][55] A maior diversidade de anfíbios ocorre nas áreas tropicais do mundo, onde a água está facilmente disponível, o que está adequado aos requisitos de rã, devido à sua pele. Algumas rãs habitam zonas áridas, como desertos, onde a água não pode ser facilmente acessíveis, e contam com adaptações específicas para sobreviver. O género australiano Cyclorana e o género americano Pternohyla enterram-se no subsolo, criando um casulo impermeável à água e hibernando durante os períodos de seca. Mal chove, elas emergem, encontram um charco temporário e reproduzem-se. O desenvolvimento de ovos e girinos de desenvolvimento é muito rápido, em comparação com a maioria das rãs de modo que a reprodução é concluída antes do tanque até secar. Algumas espécies de anuros estão adaptados a um ambiente frio, por exemplo, a Rana sylvatica, cujo habitat se estende a norte do Círculo Polar Árctico, enterra-se no chão durante o inverno, quando muito do seu corpo congela.[56]
Bufo periglenes — visto pela última vez em 1989.
Um estudo canadiano realizado em 2006, sugeriu que o tráfego intenso perto de habitats de rãs é uma grande ameaça para as populações de rã.[60] Em alguns casos, têm sido tentados programas de reprodução em cativeiro para aliviar a pressão sobre as populações de rãs, e estes têm tido êxito.[61][62] Em 2007, foi relatado que a aplicação de certas bactérias probióticas poderia proteger os anfíbios da quitridiomicose.[63] Um projecto actual, The Panama Amphibian Rescue and Conservation Project, foi posteriormente desenvolvido a fim de salvar as espécies em risco de ficarem com quitridiomicose no Panamá oriental, e para desenvolver aplicações de campo desta cura probiótica.[64]
Zoos e Aquários de todo o mundo chamaram a 2008 o Ano do Sapo, para chamar a atenção para as questões de conservação.[65]
Evolução
Até à descoberta do Gerobatrachus hottoni do permiano, um batráquio ancestral com muitas características de salamandra, a proto-rã mais antiga que era conhecida era Triadobatrachus massinoti, do Triássico (250 milhões de anos) de Madagáscar.[66] O crânio é de rã, sendo amplo com órbitas grandes, mas o fóssil apresenta características divergentes de anfíbios modernos. Estes incluem um ílio diferente, um corpo mais comprido com mais vértebras e vértebras separados na sua cauda (enquanto que nas rãs modernas, as vértebras da cauda são fundidas, e conhecido como o urostiloou cóccix). A tíbia e a fíbula não estão fundidas, mas separaradas, o que torna provável que Triadobatrachus não tenha sido um saltador eficiente.[66]Outra rã fóssil, Prosalirus bitis, foi descoberta em 1995. Os restos foram recuperados da Formação de Kayenta, Arizona, que remonta ao Jurássico Inferior,[67] um pouco mais jovem do que Triadobatrachus. Tal como Triadobatrachus, Prosalirus não têm pernas muito alargadas, mas tinham a estrutura pélvica típica com três ramos. Ao contrário de Triadobatrachus, Prosalirus já havia perdido quase toda a sua cauda e estava bem adaptada para saltar.[68]
A rã verdadeira mais antiga é Vieraella herbsti, do início da Jurássico (188-213 milhões de anos atrás). É conhecida apenas a partir de uma impressão dorsal e ventral de um único animal e foi estimada que medisse 33 mm do focinho à cloaca. Notobatrachus degiustoi, do Jurássico médio, é ligeiramente mais jovem, cerca de 155-170 milhões de anos. É provável que a evolução de Anura modernos estava completa até ao período Jurássico. As principais alterações evolutivas envolveram o encurtamento do corpo e a perda da cauda.[69]
O mais antigo registo fóssil completo de uma rã moderno é de sanyanlichan, que viveu há 125 milhões de anos [70] e tinha todas as características das rãs modernas, mas tinha 9 vértebras pré-sacrais em vez das 8 de sapos modernos.[71]
Usos na agricultura e na investigação
As rãs são criadas comercialmente para vários fins. São usadas como fonte de alimento; pernas de rã são uma iguaria na China, França, Filipinas, no norte da Grécia e em muitas partes do Sul dos Estados Unidos, especialmente no Louisiana. Rãs mortas são por vezes usadas para dissecção nas escolas secundárias e aulas de anatomia da universidade, muitas vezes depois de serem injectadas com plástico colorido para realçar o contraste entre órgãos. Esta prática tem diminuído nos últimos anos com a crescente preocupação com o bem-estar animal.[carece de fontes?]As rãs têm servido como organismos modelo importantes em toda a história da ciência. O biólogo do século XVIII Luigi Galvani descobriu a ligação entre a electricidade e o sistema nervoso através do estudo de rãs. O Xenopus laevis foi amplamente utilizado em laboratórios de testes de gravidez na primeira metade do século XX. Quando gonadotrofina coriônica humana, uma hormona encontrada em quantidades substanciais na urina de mulheres grávidas, é injectada em uma X. laevis fêmea, indu-los para colocar ovos. Em 1952, Robert Briggs e Thomas J. King clonaram um sapo por transferência nuclear de células somáticas, a mesma técnica usada mais tarde para criar a ovelha Dolly, a experiência foi a primeira em que um transplante nuclear bem sucedido foi realizado em metazoários.[72]
Rãs são usadas em investigação sobre clonagem e em outros ramos de Embriologia, porque as rãs estão entre os parentes vivos mais próximos do homem sem ter cascas de ovo características de outros vertebrados, o que facilita a observação do desenvolvimento inicial. Embora testes de gravidez alternativos tenham sido desenvolvidos, biólogos continuar a usar Xenopuscomo um organismo modelo em biologia do desenvolvimento, porque é fácil de criar em cativeiro e tem um embrião grande e facilmente manipulável. Recentemente, X. laevis está cada vez mais a ser substituído pelo seu parente menor X. tropicalis, que atinge a idade reprodutiva em cinco meses, em vez de um a dois anos (como em X. laevis),[73] facilitando estudos mais rápidos ao longo de gerações. A sequência do genoma de X. tropicalis estará provavelmente completa no máximo em 2015.[74]
Crenças culturais
As rãs e sapos têm um lugar de destaque no folclore, contos de fada e cultura popular. Eles tendem a ser retratadas como benignos, feios, desajeitados, mas com talentos ocultos. Exemplos incluem Michigan J. Frog, O Príncipe Sapo[75] e Cocas, o Sapo. Michigan J. Frog, caracterizado no desenho animado da Warner Bros, One Froggy Evening, só executa a sua rotina de cantar e dançar para o seu dono. Mal outra pessoa olha para ele, ele volta a uma pose de sapo. "O Príncipe Sapo" é um conto de fadas de um sapo que se transforma em um belo príncipe uma vez beijado. Cocas, o Sapo, por outro lado, é um personagem consciente e disciplinado dos Os Marretas e Rua Sésamo; enquanto abertamente simpático e muito talentoso, ele é frequentemente retratado como submisso em relação ao comportamento fantasioso dos personagens mais extravagantes.[carece de fontes?]O povo Moche do antigo Peru adorava os animais e muitas vezes representava rãs na sua arte.[76]
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